Sim, é uma maior de dezoito anos que lhes escreve, mas que dizer? Frozen pode ser a febre congelante, mas os minions trouxeram uma febre de amarelo pelas ruas: bombons, balas, brinquedos, jogos, chaveiros, chinelos, roupas… e muitos adultos embarcam na onda desses pequenos obcecados por bananas. Gritos de “é tão fofiiiiinho” surgiram com Meu Malvado Favorito e são perpetuados por esses pequenos trapalhões.

Animações vêm encantando um público cada vez mais, e algo na simplicidade dos minions é absolutamente cativante. Essas criaturinhas em forma de pílula foram originalmente criadas para que Gru (Meu malvado favorito) fosse melhor aceito pelo público, mas sua recepção tomou proporções não previstas. Propositalmente ou não, eles definitivamente arrebataram o público, tanto que ganharam um filme só para si.

Em Minions, conhecemos as origens dos bichinhos em sua interminável procura pelo chefe mais malvado para servir. Muito é explicado (comicamente, claro), até mesmo a escolha de seu macacão de trabalho. Eles estiveram presentes em vários momentos importantes da História, como a construção das pirâmides e as invasões napoleônicas. O próprio Conde Drácula é um dos que tiveram essas fofuras na folha de pagamento! O único problema é que os chefes malvados tendem a não viver muito, e os minions veem-se em no fim da década de 1960 numa convenção de vilões em busca de seu próximo líder. É claro, embora eles busquem servir, bagunçam tanto quanto ajudam. O importante, contudo, é que ao final rendem-se a um jovem ardiloso, o mais furtivo de todos, o nosso malvado favorito. O filme termina exatamente da maneira como se supõe: após passarem eras procurando o chefe certo, a tribo minion acha Gru. Não poderia imaginar final melhor.

Rebolando em seu fio dental, tirando a grande Excalibur da pedra, sob a Abbey Road enquanto os Beatles passam, instigando os outros a soltar os cabelos pra dançar, fazendo solos espetaculares de ukulele antes de quebrar o instrumento… Essa animação conquista desde os detalhes – aliás, conquista especialmente pela riqueza das minúcias. A trilha sonora, correspondente à época em que a história se passa, é ótima, e realmente faz quem assiste cantar junto. O roteiro é exatamente o que o fã espera: divertido sem exageros e família sem ser exclusivamente infantil. A dublagem, preciso dizer, é bem gostosa. Talvez Adriana Esteves seja marcante demais como vilã para que não reparemos em sua versão de Scarlet Overkill. Divertido e leve, é muito fácil se deixar levar pela delícia das confusões de Bob, Stuart e Kevin, os protagonistas. Ah, e para quem acha que o filme deve ser pouco falado, os minions conversam sim, numa língua que mistura francês, italiano, espanhol, inglês, referências a comidas e outros elementos.

Minions simplesmente libera endorfinas. Sério mesmo; não mudaria absolutamente nada nessa produção. Acho que todos deveríamos reservar um tempinho pro cinema ainda essa semana. Afinal, que não gosta de uma boa gargalhada?

Author

Universitária, escritora de contos presos na gaveta, nerd e "apenas uma dessas pessoas estranhas".

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