Lembre-se. Não confie em ninguém. Um jogo letal de espiões e um dos melhores trabalhos de Charlize Theron como atriz. AtômicaEste é o filme Atômica (baseado na HQ “The Coldest City”).

A trama é simples. Uma agente disfarçada (Charlize Theron como Lorraine Broughton) do MI6 é enviada para Berlim, durante a Guerra Fria, semanas antes da Queda do Muro. Ela tem que investigar o assassinato de um antigo parceiro e recuperar uma lista perdida, que contém informações sobre todos os agentes secretos. A nação que estiver com a lista em mãos tem o jogo ganho.

Em Berlim, Lorraine conhece David Percival (James Macvoy de Fragmentado e X-Men), um agente infiltrado, que não sacamos se é inimigo ou amigo. Suas aparições são fortes, encarnando muito bem o playboy não confiável.

Charlize empresta toda sua beleza para encarnar Broughton e impressiona mais uma vez numa interpretação convincente, extremamente inteligente, durona, fria e bem construída.

Sempre como codiretor em outros filmes, David Leitch (John Wick) chega em Atômica com sua primeira direção efetiva.

Atômica deu tão certo e foi tão bem aceito pela crítica, que Leitch (um dos diretores mais procurados de Hollywood atualmente, por ser considerado um mestre da ação) dirigirá a sequência de Deadpool.

Leich traz o seu gênero atrevido e violento, que já vimos em John Wick (por sinal, Charlize treinou no mesmo local que Keanu Reeves fez seu treino e o resultado é surpreendente).

É sangue nos olhos.

Atomica

O diretor acertou ao apostar em Charlize, que está provando, nos últimos anos, que é uma das atrizes mais versáteis de Hollywood. Ele realizou 98% das cenas de luta, que tiram o fôlego do espectador e sua entrega é tão grande, que revelou ter perdido dois dentes durante a gravação.

Num momento de discussão de empoderamento feminino, Charlize traz uma mulher forte em todos sentidos. E como é bom ver uma mulher heroína nas telas.

Aguardem cenas improváveis de morte, com telefones esmagando cabeças, chaves perfurando rostos, abridor de garrafas, cordas, garrafas, escadas. Lorraine se protege com o que vê pela frente, num balé de destruição embalado por uma trilha sonora, que é impossível não mexer os pés durante a sessão no cinema.

Se prepare, também, para cenas românticas e sensuais entre Charlize e Sofia Bautella (a espiã francesa, Delphine). Um dos raros momentos que veremos Lorraine doce e mostrando sua humanidade.

Com certeza, os pontos altos do filme são: a poderosa e sensual atuação de Charlize Teron, a trilha sonora animada e as cenas de ação vertiginosas.

É destaque, a trilha sonora recheada de clássicos dos anos 80 e 90. Abrindo com “Cat People” de David Bowie e de presente, para os ouvidos, Depeche Mode, The Cure, Duran, Blondie, New Order, Public Enemy, Echo e The Bunnymen, Queen. Hard Rock invadindo as telas.

O filme é um entretenimento divertido, que fará você ter vontade de dançar numa boate ou escutar a trilha sonora a todo volume em sua casa.

Afirmo que é impossível se decepcionar com Lorraine Broughton. Já o filme fica ao seu critério, pois é uma tentativa, no gênero espionagem, em trazer sangue fresco.

Quer um filme de espionagem, ousado, que não se leva a sério, figurinos e direção de arte primorosos e coreografias de luta feitas por uma grande mulher? Então, Atômica deve ser visto.

Author

Atriz há 16 anos, apaixonada por cinema. Filha do gerente do ex-cinema Marrocos.

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