Circo Dos HorroresHoje pela manhã (no dia 29/03 exatamente) fui obrigado a assistir ao “jornalismo esportivo” da TV Record. Obrigado porque não estava em minha casa e não podia mudar de canal enquanto esperava.

Vi, mais ou menos, uns 50 minutos da programação que nos propiciou o seguinte “menu”:

 

  • 20 minutos da “nova dancinha do Neymar” (entrevistas, populares e celebridades imitando, além do próprio);
  • 15 minutos de “Musas do futebol de sabão” (de uma limusine branca sai uma horda de siliconadas super-glúteas que ficam se esfregando pras câmeras e pra uma “homarada” cretina, animalizada, que se acotovela pra ver o que puder);
  • 5 minutos de um jogador pilantra que foi preso porque não pagou pensão alimentícia;
  • 5 minutos de um ex-jogador viciado em drogas;
  • 5 minutos de um tio e um sobrinho que têm a mesma idade e jogam futebol;
  • 10 minutos de um halterofilista maluco que hipertrofiou monstruosamente seus bíceps e tríceps a ponto de parecer alguma elefantíase ou câncer de tão disforme que o homem se apresentava;

… e foi isso!

Esse é o jornalismo esportivo atual? Resumido a um mero circo de horrores sexualizado sensacionalista?!?!

Imagino, na minha inocente ignorância, o jornalismo esportivo difundindo modalidades, incentivando o esporte amador, noticiando conquistas, homenageando campeões, ensinando boas práticas; e não incentivando e valorizando aberrações, imbecilidades e o meretrício trocado por quinze minutos de fama.

Qual a real função do jornalismo esportivo?

Qual a função da Televisão como meio de comunicação e difusor de cultura?

Lembrando que a TV brasileira é concessão estatal.

Onde vamos chegar com esse lixo todo enfiado goela abaixo de nossa sociedade?

Se é que ainda podemos chamá-la dessa forma?

 

Author

Rogério Portela é nascido em São Paulo, casado,pai babão, geógrafo, professor, cinéfilo, músico guitarrista amador, judoca, ex-escoteiro, ex-colecionador de quadrinhos, fã de música (boa) principalmente rock n' roll, leitor contumaz de filosofia, sociologia e temas que botem em cheque nossas certezas ou a falta delas.

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