Prometheus cumpre o que promete? Ok, eu vou parar com trocadilhos podres já. Aliás, eu “prometho” que não farei nenhum outro trocadilho!

Em Prometheus, nós acompanhamos a Dra. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e o Dr. Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) em uma expedição ao espaço em busca da origem da vida humana. Os dois arqueólogos acreditam que uma civilização alienígena, chamada por eles de “Engenheiros”, criou a vida na Terra. A base dessa teoria é um símbolo encontrado em civilizações terráqueas antigas, que foram separadas por séculos e quilômetros e nunca partilharam nenhum contato. Com isso, os dois conseguem o financiamento de Peter Weyland (Guy Pearce), da Weyland Corp. de Alien, e partem na nave Prometheus em busca da origem da nossa existência.

Um dos possíveis maiores defeitos do filme é a maneira como foi vendido ao público durante seus trailers, teasers, cenas e tudo mais. De alguma forma, algumas pessoas tiveram a impressão de que o longa seria um filme filosófico sobre o início da vida na Terra. E que o filme traria alguma discussão profunda, alguma verdade escondida, talvez uma revelação catártica sobre o porquê estejamos aqui, de onde viemos e para onde vamos.

Mas, como dito acima, as pessoas criaram essa impressão de alguma forma que ainda não está clara. Eu não me lembro de Prometheus se dizer ser esse tipo de filme. Ele é, na verdade, o que os seus trailers sempre mostraram que era: um horror de ficção-científica. Sem a pretensão de derrubar nenhuma teoria sobre o nosso surgimento.

A meu ver, é um filme sobre pais e filhos. Não necessariamente pais e filhos genéticos, mas algo como criador e criatura, figura paterna e figura infante, gerador e gerado. Um filme que trabalha essa relação de como alguém se comporta em relação ao responsável por sua existência, na luta dos filhos por tomar o lugar dos pais. Tudo isso com base no mito de Prometheus, o titã grego que roubou o fogo dos deuses para dar aos humanos.

Por esse crime, os deuses fizeram com que as entranhas do titã fossem arrancadas todos os dias por um pássaro. No dia seguinte, as entranhas se curam e tudo volta a acontecer. Com base nesse simbolismo, a nave Prometheus é quem leva os humanos até o planeta onde podem “desafiar” os deuses. O conhecimento é o fogo e resta saber quem os deuses punirão por esse “desafio”.

Eu não quero me alongar muito nessa parte (apesar de já ter alongado), porque essa é a mais subjetiva do filme. Cada um pega a sua mensagem de uma maneira. Foi assim que eu vi, pode ser que você veja/tenha visto de maneira totalmente diferente ou igual.

Na parte técnica, o filme fez valer seu polpudo orçamento. A direção de Ridley Scott é segura e seu retorno ao mundo da ficção científica é celebrado. A história do filme é bem contada e, apesar de alguns pequenos furos, é inevitável que o espectador seja envolvido na trama. O principal defeito, talvez, seja o excesso de personagens coadjuvantes que ainda dividem o filme com todas as explicações sobre os aliens, o mundo onde eles estão e tudo mais. Com o tempo tão fragmentado, a maioria dos personagens não é aprofundada.

Se o roteiro não tem o suficiente para prover personagens tridimensionais, os atores acabam criando, metaforicamente falando, uma ilusão de ótica para que a gente acredite que eles são sólidos. Sabem aquele efeito de luz que fez com que o Tupac se apresentasse novamente? É algo do tipo. Mas o trabalho do elenco faz com que o espectador sinta que aqueles personagens são reais.

O destaque nessa parte fica para a protagonista Noomi Rapace, sempre ótima na tela como a crente arqueóloga, e Michael Fassbender, como o androide David. Fassbender mostrou que seu talento não conhece limites e fez uma incrível performance.

Para concluir, Prometheus é um espetáculo técnico. Direção, fotografia, atuações e trilhas sonoras acima da média. Não era para menos: o filme reúne alguns dos profissionais mais celebrados de Hollywood.

Por fim, se você vai gostar ou não da mensagem do filme, aí é com você.

Classificação: ÓTIMO

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Prometheus (Prometheus)

Sinopse: Um time de exploradores e cientistas entra em uma eletrizante jornada que colocará em teste seus limites físicos e psicológicos, deixando-os para descobrir as respostas das questões mais profundas e misteriosas da vida em um mundo distante.
Direção: Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Guy Pearce, Idris Elba, Patrick Wilson, Rafe Spall, Logan Marshall-Green, Kate Dickie, Sean Harris, Emun Elliott.
Gênero: Ficção-científica
Duração: 124 min.
Distribuidora: Fox Films
 
* Curto e Grosso é a seção da Central 42 dos reviews de filmes e séries, apresentados de uma maneira rápida, direta e sem muito blá blá blá.
 

8 Comments

  1. pois é…hoje vamos ao cinema apenas prá ver efeitos especiais de quem sabe usar computador……fazer o que,né?

  2. filme totalmente clichê, tão clichê que parecia continuação do filme Alien. Tirando algumas boas atuações, não passa de um mero divertimento de domingo a noite.

  3. Priscilla

    O filme é muito bom e acho que poucos entenderam o que realmente foi a intenção do filme.
    Aquela frustração que sentimos ao não encontrar respostas, mas que ao mesmo tempo mostra que tudo é fractal.

  4. Eu creio que muitos esperavam ver os aliens populando e assustando o filme todo, caçando humanos, e quando não viram isso se decepcionaram, muitos, mas muitos mesmo são adolescentes que acham o máximos filmes do batman (nada contra, muito menos a favor), é obvio que essa mulecada não entendeu necas! Aliás o nível cultural da molecada é Restart, daí os chamo de restardados mentais, esses detestaram o filme e chingaram muito no Tweeter…
    Fazer o que?… Mas tb o nível de filmes de Hollywood está muito, mas muito rasteiro, basta ver os últimos Oscars, filmes totalmente irrelevantes.

  5. As principais razões para um filme ser feito, na minha opinião, é ser uma história que velha a pena ser contada ou uma necessidade de expressão do autor ou diretor. Nesse filme eu vi só uma história que não tem nada de novo e um diretor com ambições de mercado. São situações manjadas e que não causam muito impacto, nem da primeira vez que se vê. Só faltou ela ter que fechar um portal para os inimigos não invadirem a terra …. Não contribui em nada. Vale a pena ver se for de graça.

  6. Jdfreire

    gente…estou estarrecido com os coments da turma aí( nem todos )…tbem tem cada nick de arrepiar….vejo que são meros expectadores e não pessoas que realmente entendem de cinema…digo cinema…não filmes…
    – Ridley Scott não é qquer um…o que tentou passar alí não foi entretenimento ( o que é lugar comum em Hollywood interessada apenas nas bilheterias polpudas )…quem assistiu Alien – o 8o. passageiro…assistiu e analisou o contexto…sabe que ficou algo no ar…e depois de tantos anos Ridley optou em em brindar seus fãs e analistas ( vide entrevista concedida pelo mesmo no lançamento oficial do filme ) com esta obra prima…
    – Assistam o filme 1…2…3…ou mais vezes para entenderem bem o propósito do filme…só depois tirem conclusões…não estas apressadas apresentadas aqui…

  7. Rafael Junqueira

    Não vou opinar contra comentários dos demais. Senão vamos iniciar um debate que não me interessa. O filme Prometheus tem duas prerrogativas.Uma de sim, dizer sobre o início da humanidade e a outra de oferecer uma ideia que de alienígenas não são tão evoluídos assim como a maioria das literaturas adoram explorar.

    Acho que mais do que um filme, ele é filosófico, e denota um conceito que já vi de muitos filmes que exploram a origem humana, ele demonstrou o que de fato a natureza humana fala por si. Os engenheiros são uns brutamontes. Não tem mais o que falar.

    Mas que não fala sobre a origem da raça humana me deixa perplexo a conclusão de alguns.