Não há mar sem Surf

Quando tomei a decisão em falar sobre o surf, além da minha admiração pelo esporte, entendi que enfrentaria um grande desafio. Como falar da sensação? Como encontrar conotações para descrever? O que é o surf? O que ele encontra no imenso espaço aberto chamado mar?

Ao me questionar, percebi que, para alguns surfistas, a sensação de surfar é indescritível. Mas vou tentar por em palavras esse sentimento.

A paixão pelo esporte os faz acordar com o raiar do sol, suportando irritações na pele, cortes em recife e músculos tão cansados que perdem a sua consistência.    

Ivan Schiavinatto, 32 anos, Analista de Sistema e Surfista, declara:

“Pratico surf há uns 18 anos. Eu sempre morei na praia e desde a primeira vez que o vi, já me apaixonei. Troquei meu skate por uma prancha usada de um amigo e cai na água. Logo na primeira onda já fiquei de pé na prancha e, a partir daí, nunca mais parei. Segui trocando as pranchas por outras e fui evoluindo no surf, até conseguir comprar a minha primeira prancha nova.

Sinto como se a cada onda fosse um ser vivo, com vontade e sentimento. Todo surfista de alma sente que há uma conexão entre a onda, que flui através da prancha. O verdadeiro surfista não sabe de onde virá ou como virá a próxima onda, ele simplesmente sente! E se eu pudesse definir o surf em uma única palavra, seria: Liberdade!”

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Buscar algo para nossas vidas, que nos prenda e nos liberte ao mesmo tempo, não é tarefa fácil, mas a conotação exata que encontrei para o surf. Prender-se a paixão de não esperar pelo óbvio das ondas, no seu arrebentar, sabendo que até isto é livre, cai como quer. E que algumas coisas na vida só necessitamos sentir, pois todo drop tem seu momento critico e seu momento seguro.

“Aprendi que a vida é como o surf, quando você se embola em uma onda, precisa se recuperar rápido, porque nunca sabemos o que vem na próxima, e se você tem fé, tudo é possível, tudo mesmo.” Declara Bethany Hamilton, uma adolescente apaixonada pelo esporte que sofreu um ataque de tubarão branco no Havaí, tendo o seu braço esquerdo totalmente arrancado. Sua história de vida e superação está no filme “Soul Surfer – Coragem de viver”.

E o surf, que nunca pratiquei, é meu conhecido.

Ver surfistas dentro ou fora da água faz com que, do seu prazer, eu fosse cúmplice. Lá estão eles, esperando o momento certo para acompanhar a harmonia das ondas, sentir a espuma no rosto, do sal e do sol.

De pé na frágil tábua, em busca da estabilidade, pegando mais velocidade, desenhando na forte água cristalina, a alma purifica, o corpo se adapta e a mente se estabiliza.

O que para alguns são apenas águas salgadas, para outros são águas sagradas.

Soul Surfer – Coragem de Viver

http://youtu.be/4WYeHYG4jVA

 

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