Estreio a coluna Pensando Verde com a divulgação de um seminário que abordará um tema pouco debatido junto à sociedade civil: os acidentes de grandes proporções que ocorrem em nosso meio e que trazem danos e poluição ambiental tanto à população quanto ao meio ambiente.

Serão debatidos os acidentes ocorridos no mês de abril de 2015 no Bairro da Alemoa, em Santos, no qual o fogo consumiu 06 tanques de combustíveis no terminal da empresa Ultracargo e, mais recentemente, em janeiro de 2016, no qual cerca de 30 contêineres de produtos químicos arderam no terminal da Localfrio no Guarujá. porto santosNão podemos esquecer, também, do desastre ocorrido em novembro/2015 em Mariana/MG – considerado o maior acidente mundial com barragens – no qual houve o rompimento da barragem de rejeitos da empresa Samarco.

Apenas nos últimos 04 anos a população da Baixada Santista sofreu com 04 incêndios de grandes proporções no Porto de Santos – além dos dos citados acima ocorreram mais um em 2013 e outro em 2014 – que causaram desequilíbrio ao ecossistema marinho e trouxeram graves consequências à fauna local devido à poluição ambiental. A Baixada Santista é um ambiente complexo de poluição que requer constante atenção em virtude das suas condições geográficas e atmosféricas, por ser o maior polo químico, petroquímico e metalúrgico, ter o maior porto da América Latina e também contar com a poluição urbana inerente às grandes metrópoles.

Será que esses acidentes estão se tornando habituais? Até quando a sociedade continuará convivendo passivamente com isso? Que impactos esses sinistros causam ao meio ambiente urbano, ao local que você mora? Quais as repercussões na sua saúde e na sua vida? Há motivo para a população santista estar preocupada? Todas estas questões serão levantadas e discutidas pelo Procurador da República do Ministério Público Federal de Santos e pelos Promotores de Justiça do Ministério Público de São Paulo, que estão em busca da mitigação dos impactos ambientais causados por estes sinistros acidentes.

Quando: 07/04/2016.
Onde: Rua Silva Jardim, 136, Vila Mathias, Santos/SP (saguão da UNIFESP).
Horário: 19h00.
Clique aqui para abrir o convite do Seminário

O seminário conta com o apoio do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Saúde Socioambiental (NEPSSA/UNIFESP), Associação de Combate aos Poluentes (ACPO), Associação de Saúde Socioambiental (ASSA), Coalização São Manoel, Piratininga, Alemoa, Vila dos Criadores, e Associação Biblioteca Comunitária em Contêiner (ABC).

Deixo a seguir alguns dados para reflexão: estudos sobre a poluição no Estado de São Paulo entre 2006 e 2011 revelaram que das cidades mais poluídas do Estado, Cubatão está em primeiro lugar, seguida por Osasco, Araçatuba, Guarulhos, Paulínia, São Bernardo, Santos, São José do Rio Preto, São Caetano, Americana, Taboão da Serra, Mauá, e a cidade de São Paulo, que aparece na 13ª posição. A Baixada Santista é a Região Metropolitana do Estado mais poluída. Todos os anos, no mundo, se perde precocemente cerca de 8 milhões de vidas pela poluição do ar: 3,7 milhões devido à poluição externa do ar e 4,3 milhões devido à poluição no interior dos domicílios. Tais dados colocam a poluição como principal causa ambiental de morte e adoecimento por complicações cardiorrespiratórias (Organização Mundial da Saúde), sendo que só o Estado de São Paulo contabiliza 17.443 mortes relacionadas à poluição.

Author

Tímida, alegre, perfeccionista, crítica, meticulosa, complexa: muito prazer, sou Jenniffer. Amante da natureza e defensora dos animais, tento manter um olhar diferenciado pela vida. Vegetarina estrita – quase vegana – por amor ao meu cachorro, adoro viajar, estar com a família e amigos, e considero que a paixão pela vida é essencial.

2 Comments

  1. Jeffer Castelo Branco

    Muitas vezes as pessoas pensam que por estarem longe, as emissões tóxicas desses sinistros não lhes atingem, ledo engano, partículas invisíveis desses incêndios podem alcançar lugares longínquos e expor as pessoas ao seu potencial deletério com severas repercussões na saúde, em que, um processo de adoecimento crônico e silencioso vai paulatinamente se instalando cobrando um preço das pessoas que até então, em tese, nada têm a ver com isso.

  2. J.Lo

    Sim! E como o assunto é pouco discutido, infelizmente, a maior parte da população não conhece os efeitos deletérios trazidos por estes acidentes ambientais.