Há dois anos, o filme de Guy Ritchie apresentou uma versão um tanto atualizada do famoso detetive Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.). Agora, Holmes era um hábil lutador, primava pelo extremo sarcasmo e por uma relação algo ciumenta e violenta com seu eterno companheiro de aventuras, o Dr. Watson (Jude Law).

Alguns criticaram essa versão, sem se dar conta de que era uma das mais fieis ao personagem de Arthur Conan Doyle. Sim, essas características citadas não estavam nas histórias de Conan Doyle (ao menos de maneira tão escrachada), mas o filme de Ritchie mantinha muito do espírito dos contos originais, o tipo de raciocínio lógico de Holmes, trazendo inúmeras referências ao mundo do detetive.

Foi um sucesso que rendeu mais de 500 milhões de dólares ao redor do mundo e fez a Warner apressar esta continuação.

As coisas começam a esquentar após a primeira meia-hora, quando Holmes defronta-se com o mistério por trás dos planos daquele que se provará seu maior inimigo, o Professor James Moriarty (Jared Harris), um gênio do crime que domina grande parte do submundo londrino. Embora Harris não seja uma figura tão ameaçadora quanto se espera, ao menos o roteiro dá conta em deixar os esquemas do vilão muito interessantes – e vale à pena descobri-los ao lado de Holmes, por isso não vou contar nada aqui.

Ajuda também as presenças divertidas de Mycroft Holmes (Stephen Fry, sempre muito talentoso), o excêntrico irmão do herói, que trabalha para o governo britânico; e de Mary Morstan (Kelly Reilly), a paciente e inteligente noiva de Watson, que acaba participando da ação mais do que gostaria. Na verdade, a partir do momento em que Holmes salva (mesmo!) o pobre Watson de sua lua-de-mel, para envolvê-lo na investigação, o filme dá um salto qualitativo, tornando-se muito mais divertido e quase não parando mais até o fim.

O mérito das ótimas cenas de ação é da estilização usada por Ritchie, sua marca registrada. Uma sequência em que Holmes, Watson e um grupo de ciganos fogem no meio a uma floresta de um ataque do maior assecla de Moriarty – o Coronel Moran, saído diretamente das histórias de Doyle – é de tirar o fôlego. Não é sempre que efeitos de câmera lenta ou até de imagens paradas funcionam tão bem quanto aqui, tirando o máximo possível de seus efeitos. A sequência é genial e quase vale o filme por si só.

Se o jogo continuará nos cinemas, ainda é um enigma para o qual nem Holmes ainda tem a resposta, mas vamos torcer para que este não tenha sido o Problema Final desta encarnação tão bacana do personagem.

Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows)

Sinopse: Quando o príncipe herdeiro da Áustria é encontrado morto, a prova, interpretada pelo Inspetor Lestrade, aponta para suicídio. Mas Sherlock Holmes deduz que o príncipe tenha sido vítima de um assassinato, que é apenas uma peça de um quebra-cabeça maior e muito mais portentoso, desenhado pelo professor Moriarty.
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace, Rachel McAdams, Jared Harris, Stephen Fry, Paul Anderson, Kelly Reilly, Geraldine James, Eddie Marsan, William Houston, Wolf Kahler
Gênero: Ação
Duração: 129 min.
Distribuidora: Warner Bros.
 
* Curto e Grosso é a sessão da Central 42 dos reviews de filmes e séries, apresentados de uma maneira rápida, direta e sem muito blá blá blá.
 
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