Diane, uma recém-separada advogada, esquece seu celular em um restaurante. Alexandre, um arquiteto o encontra e eles marcam de se encontrar para devolvê-lo, mas o encontro toma rumos inesperados. amor a altura cartazEstou falando de Um amor à altura.

Esse filme foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês 2016. Mas se engana quem – assim como eu – achou que se tratava de uma obra original. Na verdade, esse filme é uma refilmagem do argentino “Coração de leão – O Amor não tem tamanho” de Marcos Carnevale.

Não tendo como fazer comparações falarei somente do que vi.

Como se trata de uma comédia romântica, já é de se esperar que os caminhos que a história tomam sejam um pouco clichês e, realmente, não foge muito disso. Já nas primeiras cenas podemos imaginar como irá acabar.

Ao mesmo tempo o roteiro consegue trabalhar, de forma leve, temas como preconceito e padrões estabelecidos como certos pela sociedade.

O que é valorizado pelo estilo francês de fazer comédia: nos fazem rir e nos sentir mal por ter rido daquilo ao mesmo tempo.

A trilha sonora é incrível, ajuda mais ainda a criar laços com o filme, inclusive a primeira música a tocar, quase na abertura do filme, já me fez jogar as expectativas lá em cima. (Se não me engano: Break You as I GoEmilie Gassin)

A química entre Jean Dujardin e Virginie Efira é bem boa, mas acredito que ela sozinha podia ter ido um pouco melhor, em alguns momento pareceu um pouco engessada. Stéphanie Papanian está ótima como a secretaria fofoqueira.

Mas voltando ao casal principal, o que mais chama a atenção é como fizeram a diferença de altura, afinal ela tem 1,75m e ele 1,82m. Além de usarem efeitos especiais, também tiveram truques como plataformas, ficar de joelhos e afins.

E é aí que entra o ponto que mais me incomodou, pois a proporção não foi mantida durante o filme.

Em algumas cenas Alexandre bate nos ombros de Diane, em outras no peito e em algumas outras ainda, quase na cintura. Em cenas que Alexandre é visto de corpo inteiro parece apenas um homem pequeno, miúdo, mas proporcional. Em outras, como quando ele está sentado, a cabeça e braços estão no tamanho real do ator e aí – se for imaginá-lo pequenino com aquele tamanho de braços e cabeça – fica estranho. Pode ser apenas perfeccionismo da minha parte, mas me ajudou a perder um pouco do foco na história.

Ainda assim é um ótimo entretenimento, que diverte e mesmo assim faz questionar algumas posturas nossas.

Author

Fotógrafa, publicitária, traça de livros e apaixonada por cinema.

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