Rosana Herman tem razão, claro! Em seu blog, no texto Somos Todos Rastreados Mesmo, ela descreve os métodos tecnológicos e virtuais em como nossa vida é entregue de bandeja a todos, cada passo tomado, todas as idas e vindas em nosso dia-a-dia. “Liberdade hoje é não ter segredos”, como ela mesma diz ao final do seu post.

E hoje, como exemplo, conversava com um amigo sobre sua felicidade por um novo affair, mas que havia ressalvas pela distância dos bairros. Sim, os pombinhos moram longe. E ingenuamente recomendei que fizesse a experiência de se deslocar até o local… foi quando sorri ao ouvir que ele já estava ciente da distância exata pelo GPS. De fato, desarmada e com cabeça de sonhadora, havia me esquecido desse prático detalhe. E aí me lembrei do Google Earth e de uma gama de opções que deixam pistas de todos os nossos passos, para a alegria e deleite dos curiosos de plantão.

Mas ainda acredito que dê pra ir com mais calma nessa euforia. É gratificante provar da liberdade sem segredos, mas é possível acompanhar toda essa modernidade segurando um pouco mais as súbitas vontades de interação, de tentar mostrar-se inteligente, engraçado ou honesto nos seus pensamentos e parar para ler mais — no prático estilo “falar menos e ouvir mais”. Isso incluindo, entre alguns motivos, não só a preservação da segurança, mas a imagem pessoal e, consequentemente, a profissional.

Há possibilidade de se manter antenado e no anonimato em qualquer lugar ou situação, basta um pouco de disposição e empenho para, por exemplo, sacar dinheiro suficiente para um final de semana; desativar o 4Square; os links que dizem aos seus amigos a sua música preferida ou simplesmente guardar detalhes sobre suas realizações, sem deixar de interagir mais superficialmente.

Nem sempre conseguimos segurar “a língua”, mas discrição é fundamental. É possível ser livre de todas as formas, mas é importante lembrar-se que antes de aderir integralmente à moda, é preciso cuidar da imagem pessoal. Assim como numa reunião ou festa de confraternização, é importante medir as palavras mesmo na rede e não se perder em meios aos posts, evitando constrangimentos pessoais e profissionais.

E você me pergunta: E as outras tecnologias que realmente nos monitoram 24 horas por dia? Dá para se desplugar?

Nesse caso, só tenho que concordar com o parágrafo final do texto da Rosana Herman mesmo. 😉

*Texto exclusivo criado pela nossa amiga Cida Candido (assessora de imprensa especializada na área de cultura alternativa – http://cidacandido.blogspot.com).

 

Lista de Posts recentes:
[PTP]posts[/PTP]

1 Comment

  1. MaosLindas

    Hoje bonzão é aquele que não se deixa ser encontrado… Antes eu achava os adesivos de "Família Feliz" algo fácil para sequestradores traçarem perfis de vítimas… Hoje, o 4Square e outros sistemas de "check-in" dão a mesma vazão das informações…
    Realmente… se desplugar das virtualidades é mto difícil.

    Bjs
    Ara