Na Estação Espacial Internacional a tripulação de 6 astronautas resgata uma sonda vinda de Marte com amostras que Vidacontém uma forma de vida.

Depois de vários experimentos de análise da coleta, conseguem reanimar o organismo unicelular. As coisas desandam quanto ela se sente atacada, reage e fica fora de controle, passa a crescer e perseguir toda a tripulação. O maior desafio dos astronautas é não deixar que esse ser alienígena vá para a Terra.

Muito suspense nessa ficção-científica, que conta com excelentes atores.

O filme surpreende pela carga de suspense e pela história bastante possível de acontecer. A temática do filme é cientificamente crível: vida fora da Terra.

A ciência já detectou água em diversos astros pelo cosmo afora e outras substancias necessárias à vida. Na minha opinião, é uma questão de tempo e oportunidade para registrarmos essa descoberta.

A narrativa do filme é interessante sob o ponto de vista de aventura e descoberta, com uma boa dose de suspense, não chegando ao terror ficção-científico. O filme te prende até o final com uma sucessão de acontecimentos, efeitos especiais, lindas tomados do espaço e da Terra vista de cima, bons atores e uma direção competente, a partir de um enredo razoavelmente verossímil.

Enredo: Nos dias atuais, a tripulação da Estação Espacial Internacional está à espera da Sonda Pelegrino 7 que vem de Marte trazendo amostras para análise. A tripulação é composta por 6 astronautas: David (Jake Gyllenhall, de “Zodíaco”, “Príncipe da Pérsia”, “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Amor e Outras Drogas”); Tory (Ryan Reynolds, de “A Proposta” e “Deadpool”); Miranda (Rebecca Fergunson, de “A Garota no Trem” e “Missão Impossível – Nação Fantasma”); Ekaterina (Olga Dihovichnaya, de “House of Others” ); Sho (Hiroyuki Sanada, de “47 Ronins” e “Wolverine Imortal”); e Hugh (Ariyon Bakare, de “O destino de Júpiter” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”).

Vida

O cientista Hugh, tetraplégico (que no espaço não tem tanta importância face à ausência da gravidade), é quem faz os experimentos com a forma de vida encontrada até conseguir reanimá-la. Numa enquete com os habitantes da Terra, mais precisamente nos Estados Unidos, dão à forma de vida extraterrestre o nome de Calvin.

No início ela se parece com uma flor e se comporta de forma dócil e curiosa e depois vai ficando semelhante a uma lula. Ela tem uma constituição diferente: cada célula é músculo, cérebro e olhos numa estrutura única. Ela age com inteligência, é capaz de aprender e se adaptar às condições existentes.

Problemas acontecem com esse ser vivo alienígena que desfalece e para revivê-lo são aplicados choques. Ele se reanima e se sente atacado e começa a agir de forma agressiva.

Sai do laboratório onde eram feitas as pesquisas e começa uma perseguição aos seus “inimigos”, os astronautas. Para complicar a Estação Espacial perde a comunicação com a Terra. Quanto ao elenco, vai um alerta: não existe protagonista.

A comandante da equipe é a Ekaterina (Olga) que age por impulso e vai dando as ordens que julga mais apropriados com aquele inconfundível inglês com sotaque russo. Cabe à ela aplicar os protocolos de segurança (firewalls) no caso de algo dar errado. Rory (Ryan) até arrisca umas piadinhas como em “Deadpool”, mas tem pouco tempo de vida no enredo. Sho (Hiroyuki) é o japonês que ganha um filho na Terra durante a missão e tentará de tudo para voltar para casa. David (Jake) e Miranda (Rebecca) serão nossa esperança para salvar a Terra da possibilidade da forma de vida cair em solo terrestre.

Será que conseguem? Na direção temos o competente Daniel Espinosa (“Protegendo o Inimigo”). O roteiro é de Rhett Reese e Paul Wernick (“Deadpool”). E a produção é da Sony Pictures.

Curiosidade: o cenário do filme é a Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) que começou a ser montada em 1998. Nessa estrutura de mais de 400 toneladas já foram gastos mais de 200 bilhões de dólares. Ela dá 16 voltas em torno da Terra em 24 horas, viajando a 27.700 Km/h e a 400 km do nosso planeta. Ela faz parte de um consócio internacional das agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Japão e Canadá. Esse programa espacial conta com 22 países participantes. Vida

Até o Brasil já participou desse empreendimento, mas como não colocou os recursos previstos e não fabricou as peças modulares previstas (Palete Expresso para Experimentos – Express), foi excluído do programa espacial sem ter contribuído com um parafuso. Depois de uma parceria com a Rússia, em 2006, pagando 10 milhões de dólares, o Brasil teve seu primeiro brasileiro no espaço, o tenente-coronel Marcos Pontes, piloto de caça da FAB, que foi para Estação Espacial Internacional e deu suas cambalhotas na gravidade zero.

No final de março teve uma ação promocional da Sony no Programa Altas Horas, do Serginho Groisman. Foi discutida a premissa do filme “Vida”, sobre vida fora da Terra. Além da discussão pertinente, havia uma ação de divulgação do filme, é claro.

O filme teve pesquisa e está bem realista sob o ponto de vista científico. Existem os clichês clássicos hollywoodianos como forma de prender o espectador, mas isso não é nenhum demérito.

A ideia de encontrarmos outra forma de vida e essa se voltar contra nós é bastante plausível. Isso ocorre quase que naturalmente, é o instinto de sobrevivência. Quem for mais capaz e inteligente se sairá melhor. É a supremacia da inteligência que sempre terá vantagem. Até na raça humana ocorre assim. A maioria dos povos colonizados, ou foram extintos, ou alteraram sua cultura (povos Maias, Astecas, Incas e indígenas, para citar alguns exemplos).

Outra questão são as comparações com filmes semelhantes. Haverá aqueles que lembrarão da franquia “Alien” (Ridley Scott). As propostas são diferentes. “Alien” (1979) é um organismo criado para matar, feitos pelos Engenheiros (“Prometheus”, 2012) que lutou com Predadores (“Alien vs Predador”, 2004). O “Alien” se insere em corpos humanos e se procria. O alienígena de “Vida” é um organismo único e parece que tenderá a crescer, nas condições ideais, e ficar cada vez mais forte e inteligente.

Para aqueles que gostam de efeitos especiais futuristas esse filme decepcionará. Trata-se de um contexto mais atual na Estação Espacial Internacional. Para os amantes da ficção-científica, ação, suspense, descobertas científicas, e de tudo relacionado ao Planeta Vermelho, essa superprodução que estreia na próxima quinta-feira, dia 20.04.17, deixará você com a atenção presa até o impactante e surpreendente final.

E já vou logo alertando: uma continuação (spin off) parece bem provável.

Author

Administrador de Empresas e Advogado; MBA: Marketing, RH e Comunicação; Professor: Oratória, Marketing de Relacionamento e Excelência no Atendimento em Call Center; Cinéfilo, amante das artes e adora novas culturas.

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